quarta-feira, 27 de junho de 2012

Minicom prepara cronograma para desligamento dos sinais analógicos


Conforme anunciou o ministro Paulo Bernardo na semana passada, o Ministério das Comunicações prepara um cronograma de transição para a TV digital. Segundo explicou o secretário de Comunicação Eletrônica do Minicom, Genildo Lins, a este noticiário, este cronograma deverá sair dentro de no máximo um mês. O secretário lembra que o prazo final para o desligamento da TV digital está estabelecido em decreto, é junho de 2016, e por enquanto o ministério não tem nenhum plano de rever essa data. "O que estamos estudando é ver se é possível antecipar em alguns lugares. O que queremos é saber exatamente o que fazer, que cobertura atingir em cada cidade, se vamos precisar de alguma política de incentivo à adoção de set-top box etc.". Segundo ele, haverá provavelmente um "desligamento piloto", realizado em uma cidade com determinadas condições, para poder testar os efeitos do fim das transmissões digitais.

O Ministério das Comunicações também deverá desenvolver uma metodologia de pesquisa para verificar qual a real penetração dos receptores de TV digital, ou seja, quantos domicílios já têm televisores com DTV ou set-top boxes. "Hoje calculamos que um terço das TVs no Brasil já tenham receptor digital. Isso significa 30 milhões de televisores, dado esse levantado com base no que a indústria nos passou". Para o Minicom, as Olimpíadas deste ano, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 devem ajudar a alavancar ainda mais as vendas de TV digital. "Por isso, esses levantamentos precisarão ser feitos em 2014, para termos um quadro mais claro, e em 2016, para sabermos o status no ato do desligamento".

Nesse momento, explica Genildo Lins, ainda não está nos planos nenhum programa de incentivo à venda de televisores, como a desoneração dos equipamentos ou subsídios públicos. "Mas estas são medidas que poderemos adotar se ao final da transição ainda houver um grande parque de TVs analógicas". Ele destaca também políticas de incentivo à digitalização das emissoras, pois hoje "muitas delas têm grandes dificuldades de financiar sua transição digital".

Dividendo digital

Segundo Genildo Lins, os planos do ministério em relação à TV digital têm como prioridade a radiodifusão, ou seja, garantir que todos que hoje recebem TV aberta tenham acesso ao sinal digital. "Nesse sentido, o dividendo digital é uma segunda prioridade, porque antes precisamos assegurar o acesso de todo brasileiro à TV digital", diz ele, ao ser questionado se o Minicom estaria preocupado com a liberação de espectro nesse momento. Ele também ressalta que a radiodifusão deverá crescer no Brasil em muitos mercados, e que por isso deve ser previsto espaço para novas emissoras e canais. "Temos muita demanda por mais geradoras e retransmissoras. Onde for economicamente viável, vamos atender", diz ele, ressaltando que estas licitações não devem acontecer no curto-prazo porque ainda há a necessidade de testar as novas regras de licitação e definir melhor o cronograma do desligamento da TV analógica.

Para Genildo Lins, a radiodifusão seguirá tendo um papel fundamental na comunicação brasileira. "O que deverá acontecer é que os grupos de radiodifusão, que hoje são os grandes produtores de conteúdo, devem começar a buscar novas oportunidades de negócio, mas sem prejuízo da radiodifusão aberta e gratuita".

Fonte: Teletime

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